A sistemática da crise tende a ser uma nova estratégia de sobrevivência para as empresas.
Em inglês (managing the unmanageable – 2012 by Mickey W. Mantle and Ron Lichty).
Este livro traz à luz um delicado assunto de como gerenciar programadores de software, notoriamente pessoas de extrema capacidade lógica, egocêntricos, individualistas e com sérios problemas de relacionamento pessoal, algo como travar a mais ingrata das batalhas. Temos nestes ingredientes, exatamente tudo que um gerente de RH deseja evitar no pior de seus pesadelos dentro de uma organização, o conflito total.
Para aqueles que não tiveram a chance de ler, os autores demonstram que existe neste ambiente de crise sistematizada, em meio ao conflito generalizado, uma enorme oportunidade para resultados, por aprender a obter riquezas extremamente difíceis de se explorar (no caso o cérebro dos programadores), simplesmente porque a maioria dos gestores desiste, pois sabem que precisarão de muita energia ou então de uma técnica apurada a qual não dominam.
Pois bem, vamos ao nosso paralelo. Observando 2014 em termos de política, economia, mercado, custo brasil, competitividade, comprometimento do neo-colaborador e tantos outros, tomo a liberdade de assumir que estamos em meio a um ambiente talvez tão severo como o retratado no livro.
Assumindo esta verdade, torna-se necessário adotar a sistemática da crise, ou seja, tente imaginar que ela não será passageira. Pois bem, chega-se ao ponto em que é necessário conviver com ela e aprender a sobreviver e se o autor estiver certo, aprender a conviver significa trilhar o caminho do sucesso.
À partir deste momento será possível enxergar oportunidades nas piores experiências, então você agora está livre, o medo já não é capaz de paralisá-lo. A paralisia é a certeza do fim, pior do que andar na direção errada, pois isto talvez inclusive trouxesse uma surpresa inusitada.
A sistemática da crise seria algo como operar um paciente em um hospital cuja área está sob bombardeio aéreo, esperar o melhor momento significa desistir de salvar o paciente.
Incrível passa a ser o médico que esquece o barulho das bombas e concentra-se simplesmente em sua atividade fundamental, terminar aquilo que se propôs a fazer. Talvez ele tenha o mesmo fim do paciente, mas como não desistiu, existe a chance de que os dois tenham um final diferente.
Obviamente que acabei me desviando do contexto do livro, meu objetivo era simplesmente abordar a temática de como gerenciar ambientes ingerenciáveis onde o principal risco é o de não agir.
Agora chegamos em um novo patamar de pensamento, assumindo que em 2015 não teremos o desejado céu de brigadeiro e também não qualquer tipo de incentivo ou ajuda, passamos a depender exclusivamente daquilo que nos dispusermos a executar. Isto é ruim, lógico, mas ao menos agora temos um caminho…
Cláudio Perin – Consultoria para o Setor Moveleiro