Fundamentos da Produtividade: Lições da Copa

“Fundamentos da produtividade, quais as rotinas que devemos e precisamos praticar diariamente”

Existem conceitos e fundamentos importantes ainda não praticados de maneira satisfatória dentro de nosso setor moveleiro. Alguns empresários com as contas no vermelho dizem: “Finalmente a Copa acabou, hora de começar 2014!”

Por diversos motivos constatamos de uma maneira melancólica que este tem sido um ano parcialmente perdido…Mas não totalmente.

As derrotas são fundamentais em nossa vida, pois através delas nos reinventamos, observando as falhas e transformando-as em experiência. Porém alguns fabricantes não estão em situação tão desconfortável como outros. Mas como conseguiram este feito?

Então focamos nesta importante palavra, EXPERIÊNCIA e através dela falaremos sobre quais tem sido os fundamentos da produtividade, aqueles fatores que levam uma empresa a ser nais eficiente que outras dentro de um mesmo contexto, deixando-a em condição de superioridade mesmo na adversidade.

Não é tão simples, porém está longe de ser complicado. No futebol olhamos os fundamentos do esporte. Driblar, tocar, passar, lançar, bater falta, escanteio e penalti, cabecear, matar a bola e posicionar-se adequadamente tanto no ataque como na marcação. Além dos fundamentos individuais temos os coletivos, o esquema tático tão falado e apontado como o foco de nosso fracasso na Copa. Os fundamentos precisam ser treinados e praticados.

Uma fábrica de móveis também pode ser vista como um time, mas vamos particularizar no time da produção. Quais são os fundamentos que encontramos dentro deste cenário? O que faz um time ter sucesso e outro não?

O primeiro deles, o layout. Como a empresa organiza sua distribuição espacial? Qual a lógica de movimentação do produto dentro deste desenho tático? O segundo ainda dentro do layout, qual o grau de aderência dos equipamentos frente aos processos, ou seja, o produto fabricado encontra-se em consonância com os equipamentos existentes? Eles são os mais adequados para as tarefas desenvolvidas? Qual é a tônica do processo, escala ou flexibilidade?

Partindo para o fundamento da eficiência, qual o grau de automação dentro da movimentação de materiais? Quantas vezes se toca na peça até o final do processo? Isso é o mesmo que perguntar quantos toques são dados até chegar no gol. Alguém anda medindo isso?

Finalmente chegamos na equipe, sabemos que não se monta um time da noite para o dia. Qual é turn over desta equipe? Olhando a matriz de responsabilidades, os postos são preenchidos de acordo com as competências necessárias? Quanto foi gasto em treinamento? Observem que se o mercado não anda bem, sobra mais tempo para treinar. Foi o que fizeram ou preferiu-se dispensar funcionários preventivamente…economizar e preparar-se como de costume para o PIOR? Mas e se o pior não vier…largamos na lanterna?

Então falamos inclusive de apostas, será que as empresas vencedoras são aquelas que apostaram no pior ou são aquelas que se prepararam durante as dificuldades na busca de alternativas nem sempre tão claras e certas?

Embora não pareça, mas ainda dentro dos fundamentos da produtividade, qual é o exemplo vindo da alta direção? Qual horário o dono chega na empresa, qual sua postura frente ao cargo que ocupa? Quantas vezes ele entra na produção para ver o que acontece por ali?

Olha…operador suado é um GRANDE ALIADO…deveria dar prazer apertar a mão de um funcionário assim, e não FUGIR deste contato na ânsia de lavar as mãos. Lembre-se…sua EVOQUE e sua viagem para PARIS saem deste merecido suor agora em suas mãos…Lave-as, mas com prazer por uma questão de higiene, não por NOJO. Lembre-se, no fundo somos iguais, teremos o mesmo fim algum dia. Eis um valioso olhar sobre o trabalho, visto no ângulo da dignidade humana!

Falamos agora da importância do reconhecimento do trabalho, alias ponto este que o governo não tem observado, cobrando do empresário o EMPREGO sendo que a nação precisa do TRABALHO…E alguns funcionários por sinal andam fugindo dele, tomando o caminho contrário quando descobrem onde o mesmo se encontra. Mas daí fica insustentável o paternalismo de nossas leis trabalhistas.

Processos de fabricação, outro fundamento crucial dentro do ambiente fabril. Quais são as pessoas que o estudam? Existe uma frente de trabalho para simplificá-los, eliminar os desperdícios, criar um ambiente de repetibilidade, excluindo as surpresas e tornando-os previsíveis e controlados?

Podeira passar o dia criando novos questionamentos, mas enfim chegamos ao mais importante, valorizar o trabalho e suas dimensões técnicas ou humanas. A Alemanha sempre fez os melhores carros, claro, sempre investiu na engenharia, no estudo, no desenvolvimento do ser humano. Mas vejam só…eis que para nosso azar resolveram investir no futebol. Já fazem isso há anos, em silêncio….mas é assim mesmo, o trabalho aparece aos poucos, o improviso imediatamente.

Parece que perdemos o título de “Pais do Futebol”, chega dessa lorota que somos penta, o futuro é certo se não agirmos. Ainda temos o talento, mas deixamos (por alguns motivos que todos já sabem) de acreditar no trabalho, as coisas não acontecem por acaso.

Deus ajuda quem cedo madruga. O trabalho dignifica o homem. Para vencer é preciso ter sorte…e preparar-se para a oportunidade (leia-se ESTUDAR). Preparar-se também para a adversidade faz parte das regras do jogo! Chavões…como funcionam! Vamos trabalhar, quem não faz…TOMA!

Cláudio Perin – Consultoria para o Setor Moveleiro

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