ANÁLISE SWOT ALÉM DO ÓBVIO

A Análise SWOT ou Matriz FOFA como também é conhecida surgiu na década de 1960 com Albert Humphrey, consultor em gestão do instituto de pesquisas da Universidade de Stanford nos Estados Unidos.

Sendo uma ferramenta extremamente difundida e aplicada, qual é a razão do grande sucesso da Análise SWOT em termos de metodologia acadêmico empresarial?
O motivo é que ela é muito simples e conceitualmente facil de ser absorvida. Resumidamente ela é baseada em uma matriz 2 por 2, onde encontramos 4 quadrantes distintos: Dois voltados à analise interna e dois voltados à análise do ambiente externo do objeto em estudo, onde cada ambiente por sua vez, é subdividido em quadrantes positivos e negativos, que trazem respectivamente benefícios e malefícios estratégicos.

Por ser conceitualmente generalista, ela é bastante intuitiva e fácil de ser entendida e aplicada.
Mas justamente aí reside seu maior pecado, sua simplicidade ilusória é o fato causador de sua banalização, quando aplicada por alguém que não domina adequadamente as raízes de sua estrutura metodológica.

Para a administração empresarial, o ambiente de uma organização possui 3 camadas distintas, sendo uma delas seu próprio ambiente interno. Portanto, entendemos que o ambiente externo da empresa está dividido em outras duas camadas teóricas remanescentes.

Externamente fronteiriço à empresa temos a primeira delas, o ambiente operacional, que pode ser observado no vídeo 36 como o ambiente de competição, onde vigoram 5 Forças de Porter. Neste ambiente é necessário observar principalmente as ameaças e oportunidades empresariais tendo em mente clientes, fornecedores e os concorrentes estabelecidos ou potenciais.

Já na camada externa que não faz fronteira com a empresa, encontramos o macro ambiente ou ambiente de sobrevivência, que é o espaço geopolítico onde a empresa se encontra inserida, este abordado no capítulo 37 através da Análise Pestel. Para este ambiente, todos os fatores do acrônimo PESTEL precisam ser observados individualmente, segundo suas respectivas oportunidades e ameaças, sendo a análise PESTEL mais adequada às oportunidades que ameaças, embora responda bem neste segundo quesito, por isso sua grande importância estratégica para cenários futuros.

O primeiro erro de uma análise SWOT sem profundidade acontece neste momento. Pois os 2 quadrantes que abordam o ambiente externo, conhecidos como Oportunidades e Ameaças, não fazem distinção quanto à camada que se referem.

Logo, não sinalizam QUAL é a base da teoria administrativa empresarial aplicável para sustentar sua análise específica, se falamos de competição ou de sobrevivência, embora possam em um primeiro momento parecer a mesma abordagem. Desta forma, não está metodologicamente claro COMO as oportunidades e ameaças foram identificadas, abrindo espaço para suposições, e mais: Fica evidente uma análise SWOT generalista, justificando assim a frustração do empresário quanto à metodologia aplicada ou na verdade sua carência de embasamento teórico.

Continuando nosso exercício mental e agora observando a camada interna, referente ao ambiente interno da organização, chegamos nos quadrantes de Forças e Fraquezas da empresa, e novamente aqui pode acontecer o segundo pecado conceitual na aplicação da Análise SWOT.

Para identificar as forças organizacionais devemos observar o capítulo 35 através da Análise VRIO, pois ela é capaz de mapear os tipos de forças geradoras de vantagens competitivas, inclusive aquelas não sustentáveis ao longo do tempo. Esta análise evidencia os recursos valiosos e raros com os quais a empresa consegue se destacar frente aos competidores. Aquilo que ela executa com expertise ou diferenciação, a sua real magia.

Abordando o último quadrante, chegamos nas FRAQUEZAS da empresa. Elas estão diretamente relacionadas à nossa lucratividade ou sua falta, quando comparada aos concorrentes. Se atuamos empresarialmente de maneira parecida, o resultado esperado deveria ser parecido. Mas não é, e o motivo é simples, nós NÃO TEMOS processos suficientemente eficientes em um provável comparativo empresarial.

Ou seja, conseguimos competir, mas não conseguimos prosperar em taxas semelhantes ao concorrente devido às nossas fraquezas. Aqui encontramos a importância da Análise da Cadeia de Valor do capítulo 38 e as Capacidades Dinâmicas do Capítulo 39, ferramentas eficazes na identificação e solução de nossas fraquezas.

Temos complementarmente o VSM, abordado exaustivamente do capítulo 28 ao 33. Você pode ainda, utilizar adicionalmente o vídeo 34 da Matriz BCG para ranquear seus produtos e serviços, corrigindo pontos fracos nos mesmos, ou nos respectivos processos de desenvolvimento e gestação. Obviamente que isto não esgota as ferramentas necessárias para idealizar uma Análise SWOT estrategicamente poderosa e concisa. Mas garante um belo primeiro exercício para aqueles que não querem apenas uma Matriz SWOT básica, construída para análises generalistas e superficiais.

Seremos capazes de fazer mais, e satisfazer aqueles que necessitam enxergar COMO as coisas estão conectadas e como funcionam num contexto empresarial. Para isto, uma sugestão gráfica que se aproxima de nossa abordagem seria a idealização de uma Matriz SWOT subdividida mentalmente em sub quadrantes.

Embora o autor do modelo, Albert Humphrey não tenha estabelecido as regras segundo esta visão, o fato é que, se desejamos profundidade, a Matriz SWOT precisa ser apoiada por ferramentas complementares da administração empresarial. Neste vídeo, apresentamos apenas as mais famosas, mais evidentes ou mais diretamente relacionadas aos objetivos do modelo apresentado.

Teremos o maior prazer em ouvir seus pensamentos

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