Móveis Multifuncionais Seriados: Uma enorme oportunidade comercial aguardando suor e ousadia

Móveis Multifuncionais Seriados potencializam a solução ideal para a falta de espaço dos novos apartamentos nas grandes cidades

Combo Bedroom – Cama com bancada de estudo e armários laterais

O setor moveleiro seriado segue os dias atuais preso ao Dilema do Inovador, teoria citada aqui mesmo neste blog em novembro de 2013.

De lá para cá o problema dos apartamentos nos grandes centros, carentes de soluções mobiliárias específicas permanece. Conselhos deveriam ser cobrados para que o valor dos mesmos pudesse ser dimensionado e somente assim seriam praticados, então deixo isto para a consultoria.

Diante deste quadro, tudo o que podemos observar é a continuidade na retração de mercado dos móveis seriados e o aumento do mesmo nos móveis planejados nos grandes centros, através do dinamismo das pequenas marcenarias nas regiões metropolitanas.

Este tem sido um processo que vem ocorrendo paulatinamente, mas em uma direção única e constante, à prejuízo da industria seriada e privilegiando a vantagem estratégica de posicionamento das marcenarias, próximas ao cliente e relativamente rápidas no atendimento do pedido quando comparadas a um padrão médio de mercado.

Observando o mercado atual dos móveis multifuncionais, encontramos diversos entraves industriais e comerciais que citamos à seguir:

  • No modelo existente, o  valor de aquisição das ferragens e acessórios importados inviabiliza a formação do preço de venda para o público que precisa efetivamente consumir esta solução (classes C e B-)
  • Diante da questão preço das ferragens, este tipo de produto está erroneamente direcionado no ponto de venda. Oferecidos nos USA para a classe média, no Brasil objetivam como clientes as  classes sociais A e B+, sendo fabricados dentro do sistema de móveis planejados.
  • Como dito, as classes A e B+ via de regra não possuem fatores restritivos no espaço residencial e acabam comprando simplesmente  pelo design ou charme e contemporaneidade da proposta, gerando uma baixa demanda e uma leitura totalmente distorcida do mercado.
  • O erro é grave, pois o lojista explora na comercialização, dimensões secundárias de um produto que primariamente visa o conceito do aproveitamento dos espaços através da multifuncionalidade.
  • Este comportamento restringe o volume de vendas latentes pois tendo em foco o consumidor errado, não explora plenamente o  modelo do CBVA (Características, Benefícios, Vantagens e Atrativos) junto ao mesmo, que enxergaria positivamente e de maneira imediata tais pontos se desejasse primariamente otimizar espaços.
  • Fundamentalmente este conjunto de fatores interfere na gigantesca oportunidade de exploração comercial dos móveis multifuncionais que o Brasil vive neste momento.

Tentando observar e reverter estrategicamente este cenário, começo à ligar os pontos, técnica de raciocínio amplamente difundida por Steve Jobs e também já citada no Blog do Portal do Montador de Móveis não coincidentemente, também em novembro de 2013.

Como podem observar, os temas estão conectados entre si e refletem oportunidades estratégicas poderosas relativas aos móveis multifuncionais seriados, dentro de um mercado latente de alto potencial comprador, as classes C+ e B-,  as proprietárias dos apartamentos de 40 a 75 metros quadrados dos grandes centros.

Estabelecidos os referenciais temporais e conceitos objetivos ou subjetivos necessários, vamos agora aos elementos estratégicos atrelados à este exercício mental de posicionamento estratégico frente ao mercado.

1) O Polo de Bento Gonçalves-RS dentro do Brasil é o mais preparado para absorver este tipo de conceito, visto o tipo de público que já atende, bem como sua estrutura profissionalizada em termos de competência na gestão de projetos, mas de forma positiva nem tanto orientada na alta escala ou baixo custo como Arapongas-PR.

2) As ferragens dos móveis multifuncionais são itens de altíssimo valor agregado e portanto caros,. Por outro lado, a cidade Caxias do Sul-RS possui toda a excelência metalúrgica necessária para desenvolver e suprir este mercado, ladeando o polo moveleiro do Rio Grande do Sul de maneira totalmente estratégica.

3) Quem não pode estar próximo ao cliente, deveria estar próximo aos fornecedores, em teoria este é um poderoso bordão. Leiam “Vantegem Competitiva” Michael E. Porter onde encontrarão subsídios para diversas afirmações aqui presentes.

4) Inicialmente torna-se necessário o investimento no  desenvolvimento de fornecedores para tais dispositivos mecânicos (ferragens),  presentes nos móveis multifuncionais e responsáveis pelo movimento mecânico e transformação funcional deste tipo de mobiliário. Neste cenário, as entidades agregadoras tecno-políticas do segmento moveleiro existente no pólo de Bento Gonçalves necessitam traçar estratégias de ação coordenada para viabilizar este ambiente promissor.

5) Dentro da questão inerente à comercialização, os eCommerce são hoje uma realidade. Um MarketPlace específico para este tipo de produto seria o elemento catalizador complementar ainda ausente dentro da estratégia concebida para a pulverização da venda e coesão dos atores, no tocante à industrialização e corporativismo da estratégia.

6) Ações relativas à usabilidade e marketing direcionado para este público que “não consome porque não existe o produto dentro de um preço objetivo”, devem necessariamente fazer parte do conjunto da estratégia de ocupação deste nicho de mercado do mobiliário de certa maneira ainda virgem.

No vídeo abaixo exemplo de produtos que o mercado absorveria a preços inferiores aos atualmente encontrados.

Finalizando este post, chegamos em um momento no qual nossa possibilidade de contribuição efetiva em relação aos móveis multifuncionais (pela falta de ousadia de algum empresário  que compartilhe esta visão) fica na teoria, dentro de um segmento que, curiosamente, muitas vezes nos surpreende pela incapacidade de praticar o óbvio por um espaço de tempo perigosamente longo.

Um fabricante chinês com o contato certo, o produto certo e o preço adequado…Humm, fórmula explosiva para quem precisa correr e insiste em mancar, pois este produto consegue pagar seu frete transoceânico, barreira até então funcionalmente protetora em nosso mercado.

Reclamar depois que Inês é morta já é um clichê desgastado por demais em nosso segmento, não tendo demonstrado surtir efeitos práticos. Plagiando Fausto Silva, a hora é agora!

Teremos o maior prazer em ouvir seus pensamentos

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Consultoria para Marcenarias e Indústrias Moveleiras
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